Conheça a linha 79 : Magnum & LeBaron
 
Linha 1979

   De olho em um seleto mercado de automóveis de luxo, dominado pela linha FORD Galaxie/Landau, a Chrysler apresenta, no final de 1978, sua nova linha de automóveis Dodge. A montadora foi a primeira fábrica a apresentar seus novos modelos para 1979, e com dois ótimos motivos para isto: a estréia dos novos modelos da linha: os luxuosos Dodge Magnum e LeBaron.

    Desenvolvidos através de pesquisas junto ao publico consumidor brasileiro, os novos modelos viriam a completar as opções de mercado e, da própria linha Dart. Seu público alvo eram as pessoas que procuravam veículos de alto luxo e boa performance, sem deixar de lado o conforto do motorista e passageiros. O dois novos modelos aliavam-se aos já conhecidos e aprovados Dart e Charger.
    
Toda a linha 79, sofrera mudanças estéticas e mecânicas importantes, visando modernizá-los e atualizá-los em relação ao mercado nacional. O conforto e acabamento eram os focos principais da fábrica: a suspensão se tornou mais macia (novas barras de torção), novos acabamentos e forrações internas, parte elétrica otimizada e mais itens de segurança eram adicionados. Dentre todas estas novidades, a linha 79 recebia ainda um novo tanque de gasolina, para maior autonomia, passando de 62 para 107 litros. O radiador também crescia, com capacidade para 19 litros d´agua, assim como o alternador que passava a disponibilizar 50 amperes.

 
 
Propaganda LeBaron 1979
 
Propaganda Linha 1979
 
Propaganda Magnum 1979
 
Propaganda Charger R/T 1979
 
 

MAGNUM

    Tomando a posição do Charger R/T, o Magnum se tornava o mais caro e luxuoso modelo da linha Dodge. Suas soluções estéticas chamavam atenção e lhe garantiam mais harmonia. O modelo contava com teto de vinil, calotas raiadas, faixas com friso lateral, vidros Ray ban e acabamentos nos vidros laterais traseiros, visando proporcionar mais privacidade aos passageiros.
Como nos Dart/Charger ele poderia vir equipado opcionalmente com transmissão automática de três velocidades, substituindo o cambio de 4 marchas de série. A partir de maio 79 o câmbio automático recebia o novo sistema LockUp, mais eficiente. O Magnum vinha equipado com rádio AM/FM e toca fitas, ar condicionado - opcional -, bancos individuais em veludo acrílico, e três opções de cores para o interior (bege, azul ou cinza). Seu motor, devido a descarga dupla, possuía a mesma potência e desempenho do Charger, gerando 205 cavalos contra 198 cavalos do Dart e Le Baron.
A partir de agosto de 1979, a Chrysler coloca uma novidade à disposição do comprador, um novo e inovador opcional: o teto solar. Este raro acessório não só completava o Magnum, como dava mais conforto ao proprietário. De acionamento elétrico, o teto solar permitia fácil manuseio e conferia ainda mais status ao novo carro. Com muito luxo e estilo, o Magnum obteve o titulo de "Carro Status do Ano" (algumas unidades chegaram a receber um adesivo de comemoração na tampa do porta-luvas).

LE BARON

    Uma nova versão, similar ao Magnum, porém de 4 portas, era lançada: nascia o Dodge Le Baron. Este modelo tinha o objetivo de preencher uma lacuna do mercado nacional, onde faltavam veículos imponêntes e elegantes. O Lebaron nasceu para ser um concorrente direto do Ford Landau e dos Alfa Romeo. Para atender as necessidades de uma clientela mais seleta, seu visual era um pouco mais sóbrio. Possuía vinil cobrindo todo o teto, calotas elegantes (porém discretas) e apenas um friso percorrendo toda a lateral, mas sem o uso de faixas como o Magnum.
    O conforto era a sua principal característica, e para isto, o Lebaron recebia o mesmo acabamento do Magnum. No interior, diferenciava-se apenas pelo banco inteiriço, que foi concebido para acomodar seus passageiros o mais confortavelmente possível. Possuía câmbio de três marchas na coluna (opcional automático) e os demais opcionais disponíveis no Magnum, com exceção do teto-solar. Seu motor possuía 198 cavalos, 7 a menos que o Magnum, devido à adoção de descarga de saída única, que apesar da perda de potência, diminuía o custo de produção e os ruídos do motor.

CHARGER R/T

    Precisando de novo fôlego e ainda fortemente influenciado pelas tendências norte-americanas, o conhecido esportivo Charger R/T também recebeu grandes mudanças para 1979. Uma nova frente e traseira (similar ao Magnum) lhe diferenciava bastante dos modelos anteriores, perdendo até mesmo sua coluna traseira "alongada" e teto de vinil. O Charger era um modelo procurado por consumidores exigentes que queriam unir esportividade, alto desempenho e as características de um automóvel de luxo. Com as mudanças estéticas externas e internas, o novo Charger R/T 1979 atendia novamente ao seu público. Seu novo visual reascendeu o interesse do consumidor brasileiro e chegou inovando: pela primeira vez no Brasil um automóvel recebia rodas de liga leve de série. Eram adotadas também, persianas laterais e pintura em dois tons contrastando com a cor adotada. O novo visual externo deixava de lado as faixas laterais decorativas do R/T, uma solução de acabamento esportivo considerada fora de moda em 79. Seu interior fora redesenhado, ficando similar ao do Magnum. Porém, ele abandonava o uso das forrações em couro - algo questionado por muitos compradores - passando a utilizar o mesmo tecido em vinil acrílico da linha. Outro fator lamentável foi a retirada do conta-giros do painel (pré-requisito para versões esportivas). Mesmo com a nova calibragem da suspensão, suas características de dirigibilidade se conservaram. Sua mecânica confiável, aliada ao inseparável câmbio de quatro marchas, continuavam lhe garantindo desempenho e muito tormento para as conhecidas versões Opala SS e Maverick GT disponíveis no mercado.

DART

     O último, mas não menos prestigiado automóvel mostrado era o Dodge Dart. Seguindo a sua linha de consumidores, era um modelo que atendia aos que também prezavam luxo e conforto, sem menosprezar o aspecto prático e econômico. Suas alterações lhe deixaram bastante parecido com a versão norte-americana, o Dart Swinger de 1974. Era oferecido na versão de duas e quatro portas. Seu interior recebeu melhoramentos: bancos e tecidos um pouco menos luxuosos mas igualmente confortáveis. Possuía bancos individuais com console no coupé (4 marchas), e banco inteiriço com descansa braço no sedan (três marchas na coluna). Ambos tinham como opcional a transmissão automática na coluna (Sedan) ou console (coupé).
    
Apesar das atualizações, a Chrysler ainda era criticada por suas falhas em acabamentos. Alguns itens simples não eram disponíveis nem como opcionais. Havia a falta do espelho de cortesia no para-sol, esguichador elétrico, temporizador do limpador do para-brisas e um desembaçador traseiro. Mesmo com estas deficiências, os novos modelos asseguraram boas vendas em 1979.

O INICIO DO FIM

    No segundo semestre de 1979, a Volkswagen comprou o restante das ações da Chrysler e os veículos Dodge se tornam "Volkswagenwerk". Apesar das significativas mudanças no controle da empresa, os automóveis Dodge foram mantidos praticamente idênticos para 1980.
     Apesar do temor do fim da produção dos automóveis Dodge, a Volkswagen passava idéia contrária em seus anúncios publicitários. Hoje sabemos que a intenção real era outra, mas na época, foi mantida a venda dos veículos com anúncios negando o fim da linha Dodge.
    Pequenas alterações externas foram feitas nos modelos Charger e Magnum, que perderam acabamentos em 1980: no R/T, a pintura em dois tons e a veneziana lateral foram removidas. Já o Magnum 80 passa a ter o mesmo acabamento lateral do LeBaron, perdendo suas faixas, mas mantendo os frisos (esta é uma informação que gera controvérsias, pois apesar das fotos em anúncios de 1980 comprovarem a falta das faixas no Magnum, o Automobile YearBook do mesmo ano informa que não houveram mudanças de acabamento) No Dodge Dart nenhuma mudança significativa ocorreu, mantinha-se opcionalmente as rodas Rallye, como nos antigos Charger R/T 74-78. Apenas o Dart Sedan recebia em algumas concessionárias um jogo de calotas luxuosas, cobrindo toda a roda (a mesma dos antigos Gran Sedan).
Chegamos a 1981, o último ano da produção de automóveis Dodge no Brasil. Temos que ter muito cuidado com informações à respeito dos últimos modelos produzidos, já que grande parte dos carros eram montados com sobras de estoques das peças da fábrica. Alguns modelos 1981 foram vistos com o vidro térmico traseiro, mas este item nunca constou oficialmente como opcional para o nosso mercado. Sabe-se apenas, do uso deste acessório em alguns modelos que foram exportados.
Aparentemente, a Volkswagen buscou atender à demanda dos consumidores da época e dar um fim às críticas constantes das revistas especializadas. Aproveitou seu estoque e passou a montar as últimas unidades dos automóveis Dodge com o desembaçador do vidro traseiro, temporizador e esquichador elétrico do limpador do para-brisas.


     A série de modificações iniciadas, em 1979, pela Chrysler em sua linha de automóveis Dodge, marcou não só por mudanças de estilo, mas também pelo início do fim de uma era: a dos motores V-8. Apesar do breve retorno da Chrysler ao Brasil e de sua excepcional pickup Dakota R/T, com o mesmo motor 318-V8, novamente caminhamos sozinhos para manter viva a linha Dodge produzida no país.
   

Texto: Fernando & Ivan Resende - Dodge News
Colaboração: Guilherme Matheus - BH-MG
 
 
Propaganda Chrysler/Volkswagenwerk 1979
 
Propaganda Volkswagenwerk 1979
 
Propaganda Linha 1980
 
 
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